segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Desapego - será mesmo? [parte 2]

E eis a minha resposta pro André:

Bom, sim, realmente faz a gente pensar em muitas coisas... mas eu fico incomodada com essa tal de "meant to be". Será que tem alguma coisa nesse mundo que é realmente meant to be?? Ou será que a gente usa isso como um alívio para quando as coisas vão pra merda de vez?? [como você pode ver, eu não to nada zen... hehehe]

É aquela velha questão de se existe destino ou não.

Se o destino existe, então nós podemos ficar relaxados porque não importa quanta besteira nós fazemos, essa força maior vai dar um jeitinho de nos guiar pro lado certo... e aí não tem problema nenhum ser desapegado, porque seguindo esse pensamento, todas as pessoas com quem você se relaciona são meras distrações enquanto o seu "chosen one" não aparece no cavalo branco... ou no audi preto pra fazer uma comparação mais update.


Eu acho esse tipo de pensamento meio simplista demais. É ótimo pra tirar a responsabilidade das nossas mãos pelas nossas próprias escolhas e, oh boy!, como eu gostaria que fosse simples assim! Mas acho que é realmente fácil demais pra ser verdade, sabe?
Aí resta a outra opção... aquela em que você tem que fazer o mea culpa, porque depende única e exclusivamente de você correr atrás do que quer, as glórias são todas suas e as decepções também.
É um jeito bem menos otimista de enxergar a vida e, me parece, bem mais realista também.

Talvez o que exista mesmo seja um meio-termo... [sou fã declarada deles, embora raramente consiga fazer um!] Talvez seja aquela história de "dar uma mãozinha pro destino", ou seja, a chance tá ali, te esperando, mas se você não mexer a bunda gorda [calma, to falando da minha] e ir pegar, a chance vai passar e adios!

Pensando nisso eu fico vendo os casais que dão "certo". Esses dias visitei uma tia e perguntei como ela tinha decidido casar com o marido dela. Depois que meus pais se divorciaram, a minha referência de casal que funciona ficou bem restrita a essa minha tia... Ela me disse que depois de muitas idas e vindas [eles são namorados desde a adolescência!], um belo dia ela estava namorando um cara, ele estava namorando outra também; aí de repente, não mais que de repente, ela se tocou: "Meu deus, que que eu to fazendo com esse cara? Não é ele quem eu quero pra mim!" Terminou tudo e avisou o atual marido que tinha terminado. Chegou na cara dura mesmo e disse: "Eu terminei. E você? Vai continuar namorando?"
[Intimada boa, não?]
Ele terminou o namoro também pra voltar pra ela e no primeiro encontro deles, ela virou muito séria e disse que só ia voltar se eles casassem. Não foi o tipo de coisa pra prender ele, entende? Ela simplesmente disse que namoro era uma coisa que se fazia pra conhecer uma pessoa e ver se eles se davam bem; eles já não tinham mais onde se conhecer, então ou era assumir a próxima etapa ou era largar mão de vez. Em menos de 6 meses eles estavam casados.

Vendo os dois juntos hoje, mais de 15 anos depois, eu percebo que não poderia haver um par melhor um pro outro. Mas será que foi o destino que uniu os dois? Ou será que eles não trabalham diariamente em convivência?

Eu cada vez mais acredito que o máximo que a gente pode fazer é procurar alguém por quem a gente esteja disposto a abrir mão de várias partes do que você é e a partir daí, lutar [é, lutar mesmo!] para que dê certo, dia após dia.
É uma luta ingrata, não tem fim e não tem descanso. Mas começo a achar que é o único jeito. E aí, meu querido, a questão começa a ser não esperar o princípe encantado te achar, mas você se achar pra poder olhar em volta e perceber que o que existe por aí é só um bando de sapo, mas que você também não é lá essas coisas...
A questão toda é se conhecer o suficiente pra saber até onde você está disposto a ir [tem que ter um limite muito bem definido aqui!] e procurar alguém que aceite os seus limites e que te provoque a quebrá-los também.
Só não podemos deixar de pensar que essas ruas são sempre de mão dupla...

É, acho que depois de escrever isso tudo eu vou ler também. hehehe To precisando fazer as coisas que eu digo.

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