segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Desapego - será mesmo? [parte 2]

E eis a minha resposta pro André:

Bom, sim, realmente faz a gente pensar em muitas coisas... mas eu fico incomodada com essa tal de "meant to be". Será que tem alguma coisa nesse mundo que é realmente meant to be?? Ou será que a gente usa isso como um alívio para quando as coisas vão pra merda de vez?? [como você pode ver, eu não to nada zen... hehehe]

É aquela velha questão de se existe destino ou não.

Se o destino existe, então nós podemos ficar relaxados porque não importa quanta besteira nós fazemos, essa força maior vai dar um jeitinho de nos guiar pro lado certo... e aí não tem problema nenhum ser desapegado, porque seguindo esse pensamento, todas as pessoas com quem você se relaciona são meras distrações enquanto o seu "chosen one" não aparece no cavalo branco... ou no audi preto pra fazer uma comparação mais update.


Eu acho esse tipo de pensamento meio simplista demais. É ótimo pra tirar a responsabilidade das nossas mãos pelas nossas próprias escolhas e, oh boy!, como eu gostaria que fosse simples assim! Mas acho que é realmente fácil demais pra ser verdade, sabe?
Aí resta a outra opção... aquela em que você tem que fazer o mea culpa, porque depende única e exclusivamente de você correr atrás do que quer, as glórias são todas suas e as decepções também.
É um jeito bem menos otimista de enxergar a vida e, me parece, bem mais realista também.

Talvez o que exista mesmo seja um meio-termo... [sou fã declarada deles, embora raramente consiga fazer um!] Talvez seja aquela história de "dar uma mãozinha pro destino", ou seja, a chance tá ali, te esperando, mas se você não mexer a bunda gorda [calma, to falando da minha] e ir pegar, a chance vai passar e adios!

Pensando nisso eu fico vendo os casais que dão "certo". Esses dias visitei uma tia e perguntei como ela tinha decidido casar com o marido dela. Depois que meus pais se divorciaram, a minha referência de casal que funciona ficou bem restrita a essa minha tia... Ela me disse que depois de muitas idas e vindas [eles são namorados desde a adolescência!], um belo dia ela estava namorando um cara, ele estava namorando outra também; aí de repente, não mais que de repente, ela se tocou: "Meu deus, que que eu to fazendo com esse cara? Não é ele quem eu quero pra mim!" Terminou tudo e avisou o atual marido que tinha terminado. Chegou na cara dura mesmo e disse: "Eu terminei. E você? Vai continuar namorando?"
[Intimada boa, não?]
Ele terminou o namoro também pra voltar pra ela e no primeiro encontro deles, ela virou muito séria e disse que só ia voltar se eles casassem. Não foi o tipo de coisa pra prender ele, entende? Ela simplesmente disse que namoro era uma coisa que se fazia pra conhecer uma pessoa e ver se eles se davam bem; eles já não tinham mais onde se conhecer, então ou era assumir a próxima etapa ou era largar mão de vez. Em menos de 6 meses eles estavam casados.

Vendo os dois juntos hoje, mais de 15 anos depois, eu percebo que não poderia haver um par melhor um pro outro. Mas será que foi o destino que uniu os dois? Ou será que eles não trabalham diariamente em convivência?

Eu cada vez mais acredito que o máximo que a gente pode fazer é procurar alguém por quem a gente esteja disposto a abrir mão de várias partes do que você é e a partir daí, lutar [é, lutar mesmo!] para que dê certo, dia após dia.
É uma luta ingrata, não tem fim e não tem descanso. Mas começo a achar que é o único jeito. E aí, meu querido, a questão começa a ser não esperar o princípe encantado te achar, mas você se achar pra poder olhar em volta e perceber que o que existe por aí é só um bando de sapo, mas que você também não é lá essas coisas...
A questão toda é se conhecer o suficiente pra saber até onde você está disposto a ir [tem que ter um limite muito bem definido aqui!] e procurar alguém que aceite os seus limites e que te provoque a quebrá-los também.
Só não podemos deixar de pensar que essas ruas são sempre de mão dupla...

É, acho que depois de escrever isso tudo eu vou ler também. hehehe To precisando fazer as coisas que eu digo.

Desapego - será mesmo?

O André, sofrendo de um coração partido, entrou numa onda zen que, cá entre nós, não combina muito com ele!
Ele me mandou um email com um texto que, segundo ele, ajudou muito na recuperação da recém adquirida solteirice. O texto me fez parar pra pensar e quando respondi o email do André, ele sugeriu que eu postasse tudinho aqui. Pois vamos lá!
O texto é em inglês e não vai dar pra traduzir por falta de tempo... se um dia desses sobrar um tempinho, juro que posto a versão brasiliana da coisa.

"LET GO OF IT!

One of the hardest things for any person, man or woman, is letting go of a relationship that’s not meant to be. We are often attached to the illusion that this person is “the One” for us, and that if we don’t have him or her, we’ll never find somebody new.
Holding on to disappointment, hurt, blame, anger, resentment, and bitterness, we convince ourselves that “all men are jerks” or “all women are bitches.”
If you’ve just got out of a relationship and are harbouring a lot of resentment against your partner or against the opposite sex, now is NOT the time to start dating again. Your anger and bitterness will poison even the most loving relationship.
When we hang on to baggage from past relationships, we end up projecting our pain on to others in our lives – our families, children and, eventually, our new partners.
Our emotional baggage is usually rooted in our relationships with our own parents, or in bad relationships we’ve had in the past. We have to lighten our load and heal our pain before we can love again.
Some of the practices you need to cultivate in order to heal yourself are:
• Radical Personal Responsibility: Take responsibility for the role you played in your relationship, either by taking inappropriate action, not acting altogether or expecting too much. Stop blaming your partner. Own your feelings, so you can change them.
• Self-Awareness: Are there patterns that keep repeating in your relationships? Do you have a tendency to get into relationships with abusive people, or become abusive yourself? Become mindful of your reactions to people and situations. Learn to identify your patterns, and the unhealthy beliefs that are causing them.
• Acceptance: Accept yourself and your partner the way you are. Accept the fact that the relationship was not meant to be, that it didn’t work because it was not your highest and best.
• Forgiveness: Learn to forgive yourself for all the damage that your anger and pain may have caused, and forgive others for being human and acting out their own anger and pain.
• Gratitude: Be grateful that you’re out of a bad relationship, so you can be with someone better suited to your needs. Be grateful for all the lessons you’ve learned from your partner.
• Compassion: Learn to look at all people as human beings dealing with their own pain. Spend some time seeing the world through their eyes and you’ll become less judgmental.
• Detachment: Learn to let go of unhealthy attachments to people, things and situations.
• Independence: Stop expecting other people to give you the love and acceptance you should be giving yourself. Learn to meet your own needs, let go of expectations, and enter a healthy, inter-dependent relationship.
• Optimism: Optimism is not essential, but it makes life so much easier. An optimistic outlook, positive attitude and belief that everything happens for the best, can help you bounce back from your loss. Have faith that the best is yet to come.
It takes a lot of tears, hard work, and introspection to break the chains of the past. But it's worth every moment! The feeling of freedom and contentment that you experience is just awesome.
Getting rid of your anger and hurt will help you stop blaming others for your pain, and allowed you to see your former partner as they really are – a wonderful, sensitive human being with the capacity to love, to care, and to hurt just as deeply as you.
It will allow you to love life again, to see the beauty in every experience, to be non-judgmental and open to new relationships.
No time spent in a relationship is ever wasted. Ever experience is a lesson and only when you learn the lesson will you progress to the next level. So stop beating yourself up over all the years you “wasted” with that “loser.”
If it didn't work, it was probably not meant to be. You can’t force someone to love you, just as you can’t force commitment or marriage. These are stages that should happen naturally, when it feels right for both people.
Contrary to popular opinion (and sad love songs) love is not meant to hurt. If you’re in pain, what you’re experiencing is not love, but attachment or codependence. Too often we fall in love, not with our partner, but with the IDEA of being in love.
It’s best to let go of a relationship that’s causing too much pain. Instead of wallowing in the past and writing your own sad love song, do your inner work, get rid of the anger and disappointment and get on with your life.
Let go of your partner with love, so you can move past your hurt and learn to love again."
(desconheço o autor...)

TÁ, E DAÍ??!

Bom, o texto me fez pensar muito sobre o que ele chama de "meant to be"... traduzindo bem ao pé da letra, seria algo como "feito pra ser", ou seja, algo ou melhor, alguém, destinado para ser seu e de mais ninguém. Mas será que essa coisa de destino existe ou será que é só um jeito da gente se livrar da responsabilidade?

Pensem nisso...

domingo, 31 de maio de 2009

Terminou e arrependeu. Fudeu? Não necessariamente... (parte 4 de 4)

O QUE REALMENTE ACONTECEU...


Contrariando todas as recomendações, a Alê cometeu dois erros:

1) Puxou assunto pela net, na terça.

2) Tentou se fazer de vítima com um assunto delicado pra ele ficar com peninha.

Como já era de se esperar, ao invés de funcionar maravilhosamente, o moço tratou ela distante, frio... continuava com o orgulho ferido e, portanto, tinha que fazer ela se sentir um lixo pra poder se sentir bem.

Felizmente, ela repensou a estratégia e conseguiu contornar a situação.


REFAZENDO A ROTA...


A Alê ficou sabendo que vários amigos se juntaram e fizeram uma cesta com presentes que tivessem a ver com o bofe; todos os amigos assinaram um cartão enorme e ela aproveitou pra assinar também, deixando uma mensagem muito bem intencionada e que só fazia sentido pros dois.

Isso ajudou bastante a quebrar o gelo e na quinta-feira, pleno aniversário, eles se encontraram na net novamente e dessa vez conversaram o que deveria ser conversado. Teria sido ainda melhor se fosse pessoalmente, mas de qualquer forma, funcionou.

Ela deixou que ele falasse tudo que queria, ouvindo [lendo...] em silêncio e só se pronunciou quando ele terminou. Aí, sim, ela disse o que tinha causado tudo aquilo, falou da insegurança e explicou tudo do jeitinho que havíamos combinado antes.

E o que foi que ele respondeu??? Que não fazia idéia de que as coisas estivessem assim pra ela, que pra ele nada disso estava acontecendo e que por isso mesmo ficou tão surpreso quando ela jogou tudo aquilo pra cima dele.

Chocante, não??!! Ninguém esperava por isso....................................................................

O pior foi ter que escutar calada ele falando que o que mais magoou foi o fato de ela não ter se sentido à vontade pra discutir isso tudo com ele. Pra ele isso é quase uma ofensa! É assumir que ele não teria capacidade de entender o que se passava com ela e que não teria coragem de conversar a respeito.

Outro choque, não??

Mas de uma forma ou de outra, eles conseguiram tirar a história toda a limpo e ele a convidou pra ir pra casa dele no dia do aniversário.


Nesse ponto voltamos ao plano original.


Ela foi a casa dele, vestida e maquiada de acordo com a boa moça que queria transparecer e deixou todos os amigos entrarem na frente, esperando na sala. Quando ele voltou pra chamar ela para entrar também, ela entregou a garrafa de whisky, com um belo laço vermelho no gargalo. [Dica: o vermelho ajuda a lembrar a paixão que a gente quer que ele lembre!]

O garoto ficou sem saber o que dizer. Agradeceu sinceramente e correu pro quarto para mostrar pros outros amigos; assim que chegou lá disse meio sem graça que achava que deveria brigar com ela mais vezes pra receber um tratamento igual na próxima vez. Disse também, em alto e bom som para todos ouvirem, que tinha planejado se fazer de difícil com ela dali em diante, mas que desse jeito não tinha como.

Perfeito, não? Pois espere que tem mais...

Depois de passarem a noite inteira juntos, sem problema algum, ele reforçou que queria muito que ela fosse à festa no dia seguinte. ‘Seu desejo é uma ordem!’ e lá foi ela toda poderosa pra festa. Antes de chegar, ele já havia ligado várias vezes pra saber se ela ainda iria demorar.

Na festa ele continuou com aquela eterna dúvida sobre como apresentá-la pros amigos, mas fora isso tudo correu muito bem, obrigada!

Contou sobre a garrafa de whisky que havia ganhado para todo mundo, com um leve sorriso de orgulho no rosto... e eis que de repente, não mais que de repente, chamou a Alê que estava do outro lado da festa; fez ela se levantar, ir até onde ele estava numa roda de amigos, apresentou-a como quem deu o melhor presente para ele e tascou-lhe um baita beijo na frente de todo mundo, assumindo para quem quisesse ver que os dois estavam juntos.

Depois disso rolou até aquela famosa foto com apenas os dois juntos, mais comprometedora impossível!! E ele comentou isso com ela; logo, o moço sabe muito bem o que significa isso tudo e mesmo que não tenha dito com todas as palavras ‘quer namorar comigo?’ não sobra muito espaço para dúvidas... Tudo que a Alê precisa fazer agora é perceber isso e não surtar novamente por causa de meras formalidades... hehehe


P.S.: Não, ela não usou o presente número 2 na festa. E deu bobeira por isso!! Pois não é que o moço deu um jeitinho discreto de ver qual era a cor do sutiã dela?? Imaginem se ela tivesse usado o presente número 2... fogos de artifício vêm a mente, não?!

Terminou e arrependeu. Fudeu? Não necessariamente... (parte 3 de 4)

O RESULTADO...


Novamente, 3 possibilidades:

Primeira: ele liga na quarta mesmo. O rapaz sabe o que quer e não está mais com medo de revelar o que sente; se ele fizer isso, está realmente apaixonado. Nesse caso, be happy! Só tome cuidado pra perceber se ele não virou um daqueles inseguros grudentos que ficam perguntando a cada meia hora se você gosta mesmo dele, por que você está com ele, se não existe mais ninguém, blá blá blá mi mi mi...

Segunda: ele liga na quinta, no finalzinho do dia. Imagina só: você disse que não ia ligar e não ligou. Mas o pobre passou o dia inteiro esperando que você ligasse mesmo assim; a cada toque de telefone (que costumam ser vários no seu aniversário) ele secretamente torcia para que fosse você e quando não era, ele ficava triste, mesmo sem perceber. Garanto que ele não vai demorar muito pra perceber que sente e muito a sua falta. Disso pra discar seu telefone e te ligar é um pulo.

Terceira (e pessoalmente, minha favorita): ele liga na sexta. Você já deve ter roído até o cotovelo de nervoso e já estava começando a achar que tinha tudo dado errado. Eis que o telefone toca e você vê escrito “Bofe chamando”. Isso mostra que o moço é osso duro de roer mesmo e que sofreu 24 horas do aniversário esperando que você ligasse antes de finalmente dar o braço a torcer. Mas o que importa é que deu. Aqui você provavelmente vai escutar algo do tipo “fiquei esperando você me ligar ontem” ou então “é, nem me ligou no meu aniversário...” Nessa hora você responde no tom mais simpático que conseguir achar “eu disse que não ia ligar... não queria correr o risco de estragar seu aniversário se você ainda estivesse bravo comigo...” e solte uma risadinha discreta, afinal, o jogo está ganho.

A RECOMPENSA...


Agora sim, é o dia da festa e você já garantiu o bofe de volta. Aí, garota, vire a femme fatale que existe dentro de você. Fique maravilhosa e seja a mais dedicada das namoradas/rolos/amigas especiais/prefiro não comentar. Mostre que ele não fez a escolha errada quando te deu outra chance; isso ajuda principalmente a amolecer o fofo pra fase 2 (quando você mostra as garras de novo...)

No caso da Alê, entra o presente que ela tinha comprado em primeiro lugar. Lembram da lingerie poderosa? Pois então.

Vale chegar na festa linda, poderosa e cheirosa e esperar uma hora em que estiverem com vários amigos por perto pra chegar no pé do ouvido do gato e dizer baixinho que tem mais um presente pra ele, mas que só pode entregar quando não tiver mais ninguém por perto. Fazer isso no meio de várias pessoas impede que ele te agarre na mesma hora e descubra qual é o presente antecipadamente; isso é Mara! porque vai deixar a imaginação do garoto a mil e ele vai ficar doidinho pra expulsar todo mundo da festa o mais rápido possível.

Depois disso, só digo uma coisa: enjoy!!

O TIRO E A CULATRA...


Tá, você fez tudo isso, se virou do avesso e levou um pé na bunda. Bom, querida, quem começou isso tudo foi você, né?

Aí a única coisa a se fazer é ir pra casa, comer um prato de brigadeiro, assistir “P.S.: Eu te amo”, chorar que nem uma vaquinha de presépio, tomar um belo baaaaanho, escolher a roupa mais linda do armário, fazer aquela maquiagem e sair pra luta, pra esfregar na cara do babaca tudo que ele perdeu. Fala sério... um cara que te dispensa depois desse trabalho todo, não merece ficar com você.

Terminou e arrependeu. Fudeu? Não necessariamente... (parte 2 de 4)

A ESTRATÉGIA...


Na quarta, no final da tarde, a Alê iria à casa dele, assim mesmo, de surpresa. Tem que ser pessoal, nunca faça uma coisa dessas por telefone, pelo amor dos meus netinhos!! É um momento delicado, com muita emoção, então enfrente a emoção de cara! Você é uma mulher ou um menininho de joelho ralado chorando por causa do mertiolate?!

Bom, chegando à casa do rapaz, a intenção é parecer uma menininha delicada, frágil, vulnerável e absolutamente dependente dele – mesmo que isso seja uma grande bobagem (ninguém precisa saber disso...); então, sandalinha baixa (nada de salto nem sapatos fechados!), roupas de cores claras, esmalte cintilante e maquiagem leve, de preferência em tons rosados, rímel só se for incolor. É ou não é o retrato da boa moça arrependida??

E muito cuidado pra não invadir o território dele sem autorização! Esse é o pecado número 1. Se ele atender a porta, fale de cara algo espirituoso que deixe bem claro que você veio em missão de paz e espere ser convidada a entrar. Se for um amigo ou parente quem atender, peça pra chamá-lo e não importa o quanto insistam para você entrar, espere do lado de fora até que o bofe te convide! Isso é importante porque o fato de te chamar pra entrar demonstra abertura pra começar a resolver o problema; se ele te barrar na porta, colega!, run for your life que a coisa tá feia!

Uma vez lá dentro, conversem em particular num lugar sem interrupções. A idéia é que a atenção dele seja somente sua e vice-versa. Não fique pedindo desculpas; a idéia não é essa. Deixe bem claro que o que te levou a fazer aquilo foi a insegurança de perdê-lo, e que se sente assim pela falta de compromisso. Diga também que o medo de perder foi justamente o que separou vocês dois e que, por isso, vai entender (e não TENTAR entender) melhor o lado dele. Seja delicada, mas firme. Mostre que tem absoluta certeza do que está dizendo, mas sem ser agressiva, afinal, a pior coisa nesse momento é acuar o garoto; bicho acuado é sempre imprevisível...

Agora existem 3 possibilidades:

Primeira “O conto de fadas”: ele fica todo feliz que você apareceu e te perdoa na hora. Se esse for o caso, querida, aproveite que já está com ele e termine tudo de vez; qualquer um que se arreganhe todo fácil assim não vai te fazer feliz. Capacho fica é do lado de fora da porta, ok?

Segunda “Eu... eu nem sei o que dizer”: e não sabe mesmo. Você fala tudo que deve e o infeliz fica lá, boquiaberto. A melhor coisa a se fazer nesse caso é falar com calma tudo que tem a dizer, esperar ele absorver em silêncio (espere um pouco pra ver se ele não tem algo a te dizer) e dizer que vai deixar ele pensar em tudo e que ele sabe te achar quando quiser – atenção: QUANDO quiser e não SE quiser, ok? Parece bobagem, mas pequenas coisinhas assim fazem toda a diferença. Só lembre-se de dizer antes de ir embora que não vai ligar no aniversário dele para não correr o risco de irritá-lo justo nesse dia; ele vai continuar esperando que você ligue e em hipótese alguma faça isso!! O segredo tá todo aí.

Terceira “%$&*(Hknlafhoapwa#@!!!”: ele está obviamente nervoso e conseguiu xingar a terceira geração da sua bisavó. Aí você pergunta “Hey! E aqueles dois dias pra acalmar a fera??” Querida... você pegou pesado. Os dois dias com certeza acalmaram a fera (pense que poderia ser bem pior!) mas rever você, assim, parada na porta dele, com certeza trouxe à tona novamente esses sentimentos que começavam a passar. Nada mais natural que ele reaja assim. Aí você se pergunta: bom, então vou esperar uns quatro dias pra raiva passar de vez...

Esse é o pecado número 2. Esperando mais que dois dias você corre o sério risco de que ele desencane de você de vez ou que arranje uma substituta pro seu lugar.

Sabe qual é a doença mais grave que atinge os homens? Ego ferido. É a que tem as conseqüências mais graves. Homem que leva um belo fora quer ir correndo à forra. E acredite, eles vão. Pegam aquela baranga com bafo, mas pegam. Não tem como garantir que nesses dois dias seu lindo vai ficar santo, mas dificilmente ele se envolva nesse tempo.

Bom, onde paramos? Ah, sim, na tatatataravó. Deixe ele xingar, espernear, relinchar, se quiser! Assuma, você errou mesmo; deixe ele falar tudo, tudinho, pra que não sobre nenhum ressentimento para trás. Se começar a te irritar demais, medite. Fique cantarolando a sua música favorita na sua cabeça, reveja a lista de compras mentalmente... mas sempre com cara de que está prestando uma atenção seríssima no assunto!

Quando ele terminar, respire fundo, de cabeça baixa. Espere alguns momentos e diga a mesma coisa do final da possibilidade 2. Nessa hora vale uma lágrima, mas uma só! Nada de desatar a chorar e ficar com a cara inchada e vermelha, ouviu?! Além do mais, choro te faz parecer vítima e é importantíssimo que você não se porte como vítima. Deixe sempre muito claro que você sabe que é a carrasca e ele, a vítima.

PERAE! TEM CERTEZA DISSO?...


Você está aí, incomodadíssima pensando que ele vai colocar o seu salto agulha pra sapatear em você se fizer isso tudo, não é? E vai mesmo, por isso, se prepare para ter a paciência de uma irmã carmelita!

Assume, garota, pisou na bola; mea culpa, saca?

Mas não se preocupe. A gente dá um jeitinho de recuperar o poder assim que ele baixar a guarda... mas isso é um outro assunto.

Terminou e arrependeu. Fudeu? Não necessariamente... (parte 1 de 4)

A história começa assim: a Alê estava há três meses com um cara expert em drinks e sempre foi moça de compromisso sério... ele, por outro lado, tinha aquele típico comportamento de “gosto das coisas como estão... pra que forçar um compromisso? A gente tá bem assim...”

Eis que ele passou uma semana viajando, sonhou com ela e tudo o mais, mas ela, cansada de ficar se sentindo enrolada, deu um basta na história toda. Assim que ele chegou de viagem. Numa segunda-feira. Às sete horas da manhã.

Cruel, não é? Hehehe

Bom, fato é que ela se arrependeu; gostava do infeliz descompromissado.

Entra em ação o plano maquiavélico, no sentido mais literal do termo...

A briga aconteceu na segunda; o aniversário do moço era na quinta, com festança na sexta.

ANALISANDO A BAGUNÇA...


Bom, a Alê pegou pesado com o garoto. E do nada! Sim, porque na cabeça dela, essas coisas estavam pesando já há muito tempo, mas na cabeça dele, tudo corria muito bem, obrigado!

Entendam bem como é a diferença entre os dois... Isso acontece direto. Nós, mulheres, criamos um problema, uma confusão, diálogos, brigas e soluções inteiras dentro da própria cabeça, sem nem comentar com o infeliz que está ficando com a gente. O pobre coitado não tem nem aviso prévio! Quando ele se dá conta, nós já brigamos com ele por um motivo que ele nem sabia da existência e já estamos chateadas com o que pensamos que ele vá dizer!

É, nós não somos flor que se cheire... Por isso mesmo há que se pensar bem o que fazer em seguida...

O primeiro passo é descobrir até onde se está disposta a ir pra recuperar o gato. Estando disposta, o negócio é dar um jeito de pedir desculpas e se redimir muito bem.

No caso da Alê, pensamos num presente especial, algo que significasse muito e só pros dois. Uma blusa qualquer um dá, se não servir é só trocar; mas um presente diferente, que não precisa nem ser caro, mas que seja muito significativo, esse sim, marca a pessoa que o recebe.

Decidimos por uma garrafa de whisky; o passo seguinte era dar tempo pro bicho se acalmar. Homens são orgulhosos, logo, dói mais neles quando levam um belo fora. Aí o segredo é deixar a poeira baixar; em geral, dois dias são bem suficientes pra deixar o pobre xingar, quebrar um copo ou dois, encher a cara, ficar de ressaca, sarar da ressaca, ficar deprimido e finalmente, parar com a palhaçada.

Logo, a briga foi na segunda, mais dois dias e temos quarta, o dia perfeito: véspera do aniversário dele.

Por que perfeito? Simples. Não só já deu o tempo de ele sossegar de novo, como rola de entregar o presente, bem enroladinho numa bandeira branca. O dia do aniversário não rola porque a atenção do moço fica muito dispersada com várias coisas.

Devo contar uma coisa: mulher poderosa que sabe ser, antes da briga a Alê comprou uma lingerie vermelha de presente pro gato. Só que com a briga as coisas mudaram ligeiramente de rumo...